quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

RAQUEL TAVARES À CONQUISTA DA BENELUX


O Fado é frequentemente definido como a “missa solene” da melancolia: nostalgia, tristeza, solidão e desgosto de amor parecem atrair multidões aos teatros. O fadista, homem ou mulher, geralmente vestido de preto, semblante marcado pela dor, olhos fechados ou mãos dobradas entre o xaile, interpreta canções com imprescindível saudade – este desejo indescritível por tempos idos que nunca voltarão.
Desde a ressurreição do estilo no final do século passado, os aficionados do fado podem assistir regularmente a concertos que, grosso modo, podem ser classificados em teatrais, inovadores ou clássicos. Raramente aparece um fadista em palco capaz de unir todas essas facetas. E já há muito tempo não via uma apresentação com a respiração contida.
A fadista em questão é Raquel Tavares: 23 anos, lisboeta e que canta, segundo suas próprias palavras, desde os 5 anos. Raquel percorreu o percurso clássico: cantando em casa, no centro comunitário e na taberna da esquina, onde foi descoberta. A partir dos 17 anos é convidada a cantar no Senhor Vinho, Luso e Bacalhau de Molho, prestigiadas casas de fado onde cantam muitos dos mais destacados artistas do Fado Lisboeta.
No domingo, 17 de Fevereiro, Raquel Tavares apresentou-se no Vredenburg Leeuwenbergh para uma sala esgotada. Tive o prazer de estar presente durante o soundcheck. No ensaio vi uma rapariga alegre e saltitante, com uma camisola rosa de gola alta. Se ela podia cantar o fado segundo as regras que esta arte exige, era uma incógnita. Até ressurgir em palco e se apresentar como fadista. Vestido negro, cingido com um laço vermelho e arranjo floral no cabelo. Nada a ver com aquela rapariga alegre do soundcheck. No palco estava a cantar uma pessoa vivida, que sabe exprimir raiva, alegria, tristeza, enfim toda a sua alma e beatitude em sua arte. Senti um arrepio na espinha enquanto a sala inteira suspirava.
Esta foi talvez a abordagem mais próxima do verdadeiro espírito do fado em palco que alguém poderia presenciar fora de Portugal. Raquel Tavares não cantou o fado, ela era o fado.
A surpresa, no entanto, veio a seguir, na segunda parte do concerto, quando os músicos que a acompanhavam deixaram o palco e ela própria se acompanhou com a guitarra portuguesa. A interpretação foi um pouco convincente, diferentemente dos aplausos que se seguiram.
Os grandes nomes da nova geração de fadistas têm aqui uma formidável concorrente. Se Raquel Tavares continuar a se desenvolver assim, alcançará Mariza e Cristina Branco.


By Philip Nijman in De volkskrant NL
Tradução: Alzira Arouca
Photo: João Pina

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

RAQUEL TAVARES (FADO)

E assim a história repete-se: tal como quando o fado voltou a entrar num panorama mais popular e emblemático com o aparecimento dos novos valores da década de 90, também agora podemos afirmar que Raquel Tavares é “A Fadista Mais Representativa da Nova Geração”.
Existe ao redor da artista um “íman” que atrai a criação de todos os que a rodeiam, desde o disco ao espectáculo que se foi criando por si só, na inspiração daquilo que é a personagem principal e ao mesmo tempo a “musa” deste projecto. Tinha de ser mesmo assim. Não se poderia abordar outro tema, senão a “História de uma Cantadeira”. A história de Raquel Tavares.
Inevitavelmente “O Seu Destino”, aquilo que ela nunca poderia deixar de ser.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

YAMI“Aloelela” | “África? É a minha mãe…”


Era uma vez um minhoto que veio a Lisboa e se fascinou pelos barcos que no cais partiam para África.
Após ter cumprido o serviço militar, antes da Guerra do Ultramar, pediu emprego a bordo de um navio que partiria para Luanda. Sendo este um aventureiro multifacetado, rapidamente foi contratado, partindo assim para a grande aventura.
Em Angola não tardou a perceber que ali seria o início do “resto da sua vida”. Conheceu uma mulher Africana, com quem casou e teve filhos.
Um deles, Fernando Araújo, viveu em Luanda até aos 4 anos de idade. Com a Guerra do Ultramar e a Revolução Portuguesa em 25 de Abril de 1974, a maior parte dos portugueses que viviam nas colónias regressaram a Portugal, tendo em conta a instabilidade de vida nesse momento de crise.
Esta família foi uma delas. Instalaram-se nos subúrbios de Lisboa e ali recomeçaram mais uma vez “o resto das suas vidas”.
“África é a minha Mãe” é a expressão mais fluente de Fernando Araújo (YAMI), quando questionado acerca do seu país de origem. Isto porque a senhora Maria Augusta, uma Africana nascida numa roça de café no interior de Angola, fez questão de transmitir aos filhos toda a magia da sua terra natal, toda a riqueza e toda a paixão que ela mesma sentia e sente acerca desta terra onde nasceu e cresceu, num tempo de paz e de felicidade.

Esta não é de modo nenhum uma história única, ou de uma única família. É a história de milhares de famílias, que viajaram para Portugal em virtude da guerra e da queda de uma terra mágica como esta e como outras no continente Africano. E que tentaram sempre transmitir aos filhos uma mensagem de paz e de esperança, para que pudessem crescer como boas pessoas, sem revolta e sem mágoas. Fazendo-os acreditar na terra que os teria visto crescer.
Fernando Araújo (YAMI) não voltou a Angola depois dos seus 4 anos de idade. Não conhece o país onde nasceu, como ele é agora. Mas conhece uma África ou uma Angola descrita e revelada pela mãe, que nela nasceu e cresceu como quem nasce e cresce num canto do paraíso.
E, por mais estranho que pareça, neste disco tudo isso se reflecte, como se ele próprio lá tivesse crescido, num outro tempo. No tempo das histórias contadas pela senhora que fez questão de lhe ensinar minuciosamente o seu dialecto (kimbundu), assim como de fazer crescer-lhe na alma as suas mais verdadeiras raízes.
“Eles estão a rir” é o significado do tema que dá o nome ao primeiro disco de YAMI. E que no fundo é o seu projecto de vida como músico, intérprete e compositor. Contando e sonhando as boas histórias de um país bom, sem esquecer todas as suas realidades presentes, como é óbvio, mas acima de tudo aquelas que retratam um passado que ainda voltará a ser futuro.

Helder Moutinho


Que a pele do som é mestiça…


“[…] O mundo deixara de ser o somatório de mundos fechados, era um só, cada vez mais mestiço”.
Pepetela, Lueji: O Nascimento Dum Império, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1990, pp. 26-27
Vêm de sul e são transmarinas, as raízes. Talvez por isso, não há som nem verso nem panorâmica que não se tropicalize.
Irredutivelmente diversas, fincam-se nas figuras rítmicas panafricanas, entre formas tradicionais e inovações crioulas — quer nas das músicas de dança das cidades de África, como semba, coladera e morna, quer nas das músicas da diáspora africana, como funk, reggae e rumba — e germinam nas criações musicais de YAMI outra e outra e outra coisa.
O canto, adestrado pelo batuque do coração, mistura vocábulos em kimbundu, crioulo cabo-verdiano e português, em acento e ritmo moreno, numa convizinhança estreita, antiga, que liga um idioma ao outro, um país ao outro.
Se de olhos bem fechados — como se aconselha a escuta —, experimenta-se sem distância a canícula dos lábios que cantam e riem; o ébano dos corpos dançantes que, ora juntos ora separados, alisam capins e enxotam formigas, e o aroma dos cajueiros floridos e das mangueiras em fruto, subindo e descendo a espiral do som que torna viagem do hemisfério da alma.
Aloelela* é, no mesmo passo, desejo e celebração, corporalidade e espiritualidade. Em síntese, uma afro-lusofolia tão contagiante como o riso.
Ana Gonçalves
*Aloelela é uma palavra em kimbundu (língua tradicional angolana) que significa “eles estão a rir”.

Composição Musical (Concerto):
YAMI: Voz e Guitarras;
Nelson Canoa: Teclas e Acordeão;
Tiago Santos: Guitarras;
Ciro Cruz: Baixo;
Vicky: Percussões.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

HELDER MOUTINHO | NOITES DE FADO NA FÁBRICA DE BRAÇO DE PRATA


O âmbito é o de uma noite de fados: três músicos e um fadista que canta e faz as honras da casa, convidando outros fadistas espontâneos que vão aparecendo e são convidados a cantar ou a tocar. Tudo vale, até um instrumentista de outra área que se atreva a entrar na “Jam Session Fadista” que a noite propõe.

Tudo pode acontecer, mas o que mais se deseja é que “aconteça Fado”…

Voz e anfitrião: Helder Moutinho
Guitarra Portuguesa: Ricardo Parreira
Viola de Fado: Miguel Monteiro
Baixo: João Penedo

Quando: aos Sábados
Jantares: a partir das 20h00
Inicio do Espectáculo: 22h30
Preço único de bilhete: 5 € por pessoa

Onde: Numa das Salas da Fábrica de Braço de Prata

Rua da Fábrica do Material de Guerra, nº1
(em frente aos correios do Poço do Bispo)

http://www.bracodeprata.org/ / info@bracodeprata.org
Reservas: reservas@bracodeprata.org

Se Lisboa elege o fado como seu ex-líbris, o fado retribui-lhe, tematizando-a e, ao mesmo tempo, no imaginário de cada um, transportando-a para qualquer outro cenário que, tal como Lisboa para o intérprete, pode ser outra cidade ou outro lugar para quem se deixar envolver nesta viagem imaginária onde ficam – cidade e canção – perspectivadas sob a mesmíssima luminosidade, tremular e intensa, na voz de Helder Moutinho...

JOANA AMENDOEIRA (FADO)



O fado não mora mais nas ruas de Alfama. Nem nas estradas do Ribatejo. Quando Joana Amendoeira o renova, o fado está onde ela for, deixa de ser propriedade de alguém ou de algum sítio, para ser melodia de todos.
O seu espectáculo é um momento que retrata um envolvimento intenso e cheio de verdade. A ideia foi criar um grupo de fados e não apenas uma Fadista com os seus músicos acompanhantes.
Pedro Amendoeira na Guitarra Portuguesa, Pedro Pinhal na Viola de Fado e Paulo Paz no Contrabaixo e Baixo Acústico, instrumentistas e compositores de alguns dos temas, revelam aqui que, para se poder criar um projecto forte e característico, é preciso viver cada momento como se fosse o último.
Nele, todos imprimem um cunho muito particular, revelando todos os sentimentos que se encontram, de facto, à flor da pele.

WOMEX 2007: Portugal volta a conquistar o mundo

A WOMEX, principal feira de músicas tradicionais (e tudo à volta), tem sido, ao longo de cerca de década e meia de existência, “a” montra de projectos emergentes dos quatro cantos do mundo que aí se dão a conhecer à imprensa e, sobretudo, aos programadores dos principais festivais do planeta. Uma boa prestação num “showcase” de meia-hora poderá representar a aquisição de uma “carta verde” para actuações regulares na Europa e na América do Norte e a possibilidade de um disco desse projecto ser distribuído a nível mundial. Apesar de haver inúmeros artistas que não necessitam de actuar neste certame para entrarem no “circuito”, o certo é que os seus agentes e editores não dispensam os três ou quatro dias de contactos ao mais alto nível que esta feira proporciona.
Se olharmos para o panorama da música feita por cá, verificamos que muito poucos músicos nascidos (ou a residirem) no nosso país pisaram os vários palcos disponíveis para “show cases”. Mas aqueles que tiveram o talento de o fazer (e a qualidade necessária para convencer os “sete samurais” a integrar determinada “colheita”), como SARA TAVARES ou MARIZA, não esquecerão tão cedo que a WOMEX serviu de “rastilho” para uma carreira internacional que “explodiu” pouco tempo depois. ANA SOFIA VARELA só não aproveitou o mesmo “embalo” porque teve de interromper a sua carreira musical para cuidar do seu rebento. O fado é, cada vez mais, uma das mais apetecíveis “iguarias” do, cada vez mais, miscigenado “cocktail” da “world music”. Claro que os MADREDEUS foram uma espécie de Bartolomeu Dias que transformaram o Cabo das Tormentas em Boa Esperança, abrindo o caminho à filiação da canção urbana de Lisboa para os palcos internacionais, mostrando aos programadores de festivais “world” e aos “media” da especialidade que em Portugal faz-se um certo tipo de música que é único, só nosso. É essa autenticidade, esse “blues” urbano da cidade de Lisboa, que cativaram editores holandeses (World Connection) e norte-americanos (Times Square) e programadores de espectáculos da vizinha Espanha como a Syntorama, que trabalha, provavelmente, com mais músicos portugueses do que espanhóis.A miscigenação de LisboaLisboa tem sido também berço de muita da música da África lusófona, apreciada sobretudo lá fora. Inúmeros são os artistas (BONGA, WALDEMAR BASTOS, LURA, SARA TAVARES, MANECAS COSTA, NANCY VIEIRA, TITO PARIS, etc) que usam a grande Lisboa como um local onde se recupera energias antes, durante e depois de intensas digressões. Para além disso, certos grupos mais ligados à “folk”começam também a tocar com regularidade em importantes festivais do género. Veja-se a ascensão internacional dos DAZKARIEH. Coisa impensável há uns anos atrás quando alguma “inteligência” questionava como seria possível a uma banda, que não se pautasse pela autenticidade que o fado garante a alguns intérpretes portugueses, competir com músicos britânicos ou nórdicos tecnicamente muito mais dotados. Apesar de nunca terem tido a oportunidade de efectuar um “showcase” na WOMEX, a banda de VASCO RIBEIRO CASAIS tem tido presença assídua nestes últimos quatro anos. Basta olharmos para a agenda de concertos dos dois últimos anos para verificar que o quarteto já começou a colher os frutos do investimento efectuado e nunca prescindirá de regressar a esta feira. Este ano, os GAITEIROS DE LISBOA asseguraram a única presença portuguesa nos “show cases” da WOMEX e JANITA SALOMÉ foi seleccionado para uma segunda lista de reservas para colmatarem eventuais desistências entre as cerca de quatro dezenas de projectos alinhados. Curiosamente, dois nomes não ligados ao fado, entre um dos mais fortes lotes de sempre, com alguns “tubarões” pelo meio, que não precisavam de ir à WOMEX para serem figuras de cartaz nos principais festivais “world”, como são os casos de BAJOFONDO TANGO CLUB, MAYRA ANDRADE ou TOUMAST. Aqui se constata, quer a importância cada vez mais determinante na angariação de datas para a “tournée” de uma banda, quer a maior qualidade dos projectos seleccionados pelo júri que parece saber, felizmente, o que é a nata da nata da música tradicional portuguesa além-fado.
[…] Luís Rei

RUI GARRIDO O “designer” do jazz e do fado"

Os puristas do jazz e da música portuguesa deverão, com certeza, ficar escandalizados com a revelação, mas a música que se ouve durante a paginação da revista jazz.pt e a feitura das capas de discos de Mafalda Arnauth, Ana Sofia Varela, Hélder Moutinho, Joana Amendoeira, Pedro Jóia, Ricardo Parreira e outros músicos e fadistas, é o rock – vertentes psicadélica, space e stoner, gravado nas décadas de 60 e 70 ou feito agora na frente roqueira que vem recuperando e continuando as experimentações daquela época. São estes os sons predilectos do “designer” que todos identificam com as “imagens” do jazz e do fado em Portugal, pelo facto de conceber o grafismo da única revista deste género musical que por cá se publica, de fazer as excelentes capas da editora discográfica Clean Feed – uma das cinco mais importantes do planeta jazz, diz a crítica lá fora – com o seu cunho muito pessoal e de ser o autor ainda de muitos dos cartazes e do material de promoção de festivais e concertos nestes domínios que por aí se realizam. Quando Pedro Costa, o responsável maior da Clean Feed, e Pedro Rocha Santos, o director da jazz.pt, se deslocam ao atelier de Rui Garrido em Oeiras para trabalhar com ele, ouvem-se alguns protestos, mas o mais que os dois conseguem é o Rui baixar o volume. Pela minha parte, nas duas semanas em que estou diariamente a fechar a publicação que edito, cada dois meses, com este surfista recuperado pela paternidade – tem-no afastado das ondas um rapazinho loiro de olhos azuis que contrasta com a sua pele de beduíno e o seu nariz romano –, não só lhe peço para me mostrar discos que não conheço, como lhe levo os da minha própria colecção. Sim, este crítico de jazz e música improvisada também gosta de rock alternativo e quando estamos juntos é uma festa. Nem imagino o que o pessoal da HM Música, produtora ligada à “música do mundo” que ocupa o piso de cima do edifício e com a qual Garrido também colabora, pensará sobre aquilo que é obrigado a ouvir, entre malhas guitarrísticas de acidez citrina e “feedbacks” dirigidos para o cosmos... Sendo eu conhecido por não emprestar discos a ninguém, imaginam o sofrimento por que passo quando se recusa a devolver-me os cedês durante longos períodos de tempo.
Em mais de 20 anos de jornalismo profissional, tenho sempre trabalhado de muito perto com “designers” gráficos. Além disso, sou irmão de um e alguns dos meus amigos mais próximos têm igualmente uma notável actividade nessa área. A verdade é que a minha parceria com o Rui Garrido é a melhor que tive até à data, pela empatia profissional conseguida e pelo relacionamento humano que temos estreitado. Não que seja fácil trabalhar com ele – não só o Rui é incapaz de estar concentrado numa tarefa mais do que 15 minutos de cada vez, como não o deixam. O telefone toca incessantemente (também produz catálogos de moda, aliás a base do seu sustento, porque isto da música não “paga”), é permanentemente requisitado pelo seu sócio na Bullshit Productions, empresa dedicada ao vídeo, à “urban art” e ao vestuário (sobretudo “t-shirts” com dizeres do tipo “Bang Me”), cujo escritório está montado na cave, além de que a campainha da porta soa sem parar para dar entrada a modelos que vêm a alguma audição, daquelas que fazem parar tudo só para as vermos passar, à contabilista que também é funcionária de uma distribuidora de discos (já recebi uns promos à pala disso) ou a amigos que aparecem simplesmente para dizer olá, incluindo um que além do referido “olá” vai contando histórias sem parar, metendo polícias, actores, anões e prostitutas. Volta e meia, o Rui agarra-se ainda à guitarra eléctrica que tem encostada a um canto para fazer uns acordes – actividade anti-stress de que não se sai muito bem, diga-se com franqueza. O ambiente é da mais completa esquizofrenia, mas é nele que o Rui sustenta a sua criatividade. Quando finalmente se senta à frente do computador, as ideias surgem-lhe de jorro e a sua resolução prática parece fácil, quando sabemos que assim não é.
Ao nível do “design”, o estilo personalizado de Rui Garrido pode ir de um extremo ao outro sem perder identidade. Desde cultivar a sua paixão pelo psicadelismo (muito curioso, para quem não gosta de drogas e nem sequer fuma – eu que o diga, pois está sempre a mandar-me a mim e às minhas cigarrilhas para a varanda), com amontoados de elementos gráficos, a situações do mais puro minimalismo, com tudo muito branco, “clean” e arrumado, se bem que de modos pouco óbvios. Para mim, uma das características mais interessantes do trabalho do Rui é a disposição lateral dos materiais. As fotografias, por exemplo, ficam quase sempre ao lado ou para cima, chegando aos cortes de página, mas quando ocupam uma página inteira, ou mesmo duas, é tão importante, ou mais até, o fundo da imagem quanto o seu objecto. Um exemplo é a capa da jazz.pt nº 14, feita com uma foto de Bernardo Sassetti tirada por um tal de A.Mateur, que é, afinal, o próprio Garrido com pseudónimo, diz ele que para “não misturar as coisas”: o músico ocupa apenas um quarto da fotografia, além de que o vemos de perfil e com a cara virada para a direita, pelo que o nosso olhar detém-se nos pormenores do tecto e depois é absorvido pela lisura da parede como que numa busca involuntária do infinito. Julgo mesmo que esta capa representa muito bem os conceitos deste fabuloso gráfico que continua sempre a surpreender-me e que muito me honra ter conhecido. Rui, vai buscar...

Rui Eduardo Paes

Helder Moutinho – Consultor para a Programação do Festival “Um Porto de Fado”

Duas noites de fado na Praça, com Carlos do Carmo, Ana Moura, Raquel Tavares e Ricardo Parreira, foram as propostas da Casa da Música para 11 e 12 de Agosto deste ano, dando continuidade ao ciclo “Um Porto de Fado” festival proposto pela HM Música ao evento Porto2001 Capital da Cultura no Convento de são Bento da Vitória – uma iniciativa da Casa da Musica em co-programação com a HM Música.
Na noite de 11, “Um Porto de Fado” teve início com um concerto por Ricardo Parreira, acompanhado à viola pelo seu “mestre”, Fernando Alvim, de quem o jovem guitarrista se aproximou em 2005, num concerto na Casa da Música.
O primeiro álbum de Ricardo Parreira é, aliás, uma homenagem a Fernando Alvim, reunindo um repertório com temas de José Nunes, Francisco Carvalhinho (Guitarra de Lisboa), Artur Paredes e Carlos Paredes (Guitarra de Coimbra).
Na segunda parte desta noite de fado, Ana Moura apresentou o seu terceiro álbum, “Para Além da Saudade”, onde reuniu fados tradicionais, como “Fado Blanc” ou “Fado Zenha”, mas também novas composições e poemas, designadamente de Fausto, “E Viemos Nascidos do Mar”, Amélia Muge, “Fado da Procura”, e Nuno Miguel Guedes, “Mapa do Coração”.
Na noite de 12, “Um Porto de Fado” abriu com Raquel Tavares, de 22 anos, Prémio Revelação Feminina em 2006 (Fundação Amália Rodrigues). E este ano arrecada o Prémio Revelação da Casa da Imprensa (Grande Noite do Fado).
A esperada actuação de Carlos do Carmo encerrou esta segunda noite do ciclo. Carlos do Carmo apresentou uma nova abordagem a três dos mais históricos e criativos compositores do fado – Armandinho, Joaquim Campos e Marceneiro –, enriquecendo a sua música com as palavras de Maria do Rosário Pedreira, Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral, José Manuel Mendes e Júlio Pomar. Foi a estreia destes autores no universo do fado, num projecto apresentado em primeira-mão na Casa da Música.
Fonte: Casa da Musica / HM Música

FESTA DO FADO

Canção de Lisboa remisturada no Castelo de São Jorge
De 8 a 30 de Junho de 2007, o Castelo de São Jorge recebeu a Festa do Fado, todas as sextas e sábados. Uma iniciativa da responsabilidade da EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, inserida no programa das Festas de Lisboa 2007 em co-produção com a HM Música.
Em constante evolução, no que diz respeito ao seu processo histórico, o Fado mantém o modelo original, sem nunca perder a sua pureza, dando origem a novas formas. O Fado tradicional, associado aos novos projectos e à experimentação com outros géneros musicais, foi a base do convite lançado aos artistas que integraram a iniciativa.
O programa deste ano:
8 de Junho: Pedro Moutinho e Teresa Salgueiro
9 de Junho: SAL e Ricardo Ribeiro
15 de Junho: Maria Ana Bobone e Tetvocal
16 de Junho: Ana Maria e Maria Alice
22 de Junho: Ana Moura e Amélia Muge
23 de Junho: Raquel Tavares e Tito Paris
29 de Junho: Paulo Parreira e Ramon Mascio convidam Beatriz da Conceição
30 de Junho: António Zambujo e Luís Represas
Fonte: EGEAC / HM Música

EDITORIAL

Fundada em 1997, a HM Música começou por se dedicar ao agenciamento, apostando na divulgação e promoção da música portuguesa de raiz popular, nomeadamente o Fado, e por fim de todas as outras músicas que representam uma série de regiões, línguas e culturas, como é a denominada música do mundo.
Com o desenvolvimento da empresa, acabámos por estender as nossas actividades para outras áreas: A produção de espectáculos e, neste caso, a criação e organização de eventos e festivais. Em 1998 colaborámos no primeiro festival de músicas dos portos de Lisboa, iniciativa criada e promovida pelo INATEL no âmbito da EXPO98, com alguns espectáculos: “Tango a Preto e Branco”, “Novas Vozes de Um Fado Antigo” e “De San Telmo à Mouraria – Fado e Tango”; iniciámos o primeiro Festival de Fado em 2001, “Um Porto de Fado”, realizado no âmbito do evento “Porto 2001, Capital da Cultura”, no convento de São Bento da Vitória, em Agosto desse mesmo ano; mais tarde, em co-produção com a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, foi a vez do “Além-Mar, Além-Fado”; co-produzimos os dois primeiros ciclos de Fados de Oeiras; iniciámos também o “Ciclo de Fados de Zamora” em Espanha; e por fim a “Festa do Fado” em Lisboa, inserida no âmbito das Festas da Cidade, desde 2004 até aos dias de hoje.
Contudo, o management, que veio a ser desenvolvido desde o início, foi um dos nossos principais objectivos e, de certa forma, foi nossa intenção criar um projecto um pouco mais arrojado do que o management tradicional, fixando-nos obviamente nos assuntos de gestão de carreira do artista, mas, acima de tudo, na promoção e comunicação de cada projecto. Digamos que, de certa forma, tentámos fazer um pouco do trabalho de “label management”, nome que as editoras multinacionais adoptaram para a função de “gestão de produto”. Para nós é importante promover os nossos artistas, de forma a podermos obter mais espectáculos que, no fim, serão a principal fonte de rendimento e de estabilidade da empresa e dos artistas.
Complementarmente, e colocando-me no lugar de um programador de uma sala de espectáculos em qualquer parte do mundo, penso que a minha função deveria ser educar musical e culturalmente a comunidade que nos rodeia, mas, de certa forma, também é importante que a população dessa comunidade esteja presente nos espectáculos que programo. Sendo assim, é nossa obrigação (gestores e agentes artísticos) colaborar, no sentido de promover e divulgar os artistas que propomos.
Com o percurso que fomos mantendo, tanto a nível nacional como internacional, com a nossa presença nas principais feiras e conferências relacionadas com este tipo de música, como é o caso da Womex, Stricly Mundial, APAP, Folk Aliance, Mercat de Musica de Vic, etc, acabámos por obter alguma experiência e “know-how” para fazer um bom trabalho com as carreiras que geríamos, tentando assim, o mais possível, criar um percurso internacional para cada um deles.
Entretanto, com o management fomos sempre participando e, de certa forma, tomando conta de todas as produções executivas dos discos dos artistas que representamos. Desde a contratação dos músicos participantes, directores e produtores musicais, engenheiros de som, estúdios, até chegarmos ao master final e, por fim, todo o trabalho de produção de capa: reunião de textos, biografias, fichas artísticas e técnicas, alinhamentos, letras dos temas, direitos de autores, licenciamentos, design gráfico, vídeos, enfim, todos os conteúdos necessários para uma boa promoção do disco e do espectáculo do artista. No fundo, era nossa intenção criar uma equipa com as editoras, que também nos ajudavam bastante no processo de evolução e desenvolvimento das carreiras que geríamos.
Dos últimos anos a esta parte, a indústria discográfica decaiu muito, tanto no mercado nacional como internacional. Os downloads ilegais e a pirataria discográfica, agravadas pelo preço dos discos e pela inflação, fizeram com que as editoras deixassem de ter capacidade para fazer a promoção necessária aos artistas e, por sua vez, fazerem uma promoção mais extensa e própria de uma evolução de carreira.
Recordo-me de ouvir alguns editores a dizer que não era muito importante se, numa primeira edição, o disco vendesse apenas duas mil unidades, pois a ideia da companhia seria criar cada carreira degrau a degrau e não trabalhar o artista como um projecto de “música descartável”. Acredito que alguns desses editores mantenham a mesma sensibilidade e objectivos mas, para poderem sobreviver nesta fase de mudança, têm de optar por uma de três possibilidades:
1. Apostar nos artistas que realmente vendem muitos discos e esperar que o artista duplique o brake even point logo no primeiro disco; caso não aconteça, rescindir o contrato com o artista – e neste caso estamos a falar de facto em projectos de “música descartável”. Neste caso, é estabelecido um valor e um tempo de promoção que não chegam a ser rentáveis para a área do agenciamento.
2. Apostar em muito menos artistas, ficando apenas com aqueles que estão a vender bem e enquanto estão a vender. Neste caso, a editora não tem capacidade para a criação de novos projectos, principalmente por razões financeiras, o que é grave para os artistas, pois todos sabemos o quanto um disco é importante, para o artista poder veicular, comunicar e promover as suas criações.
3. Passar a fazer também o management e o agenciamento, de forma a poderem criar mais fontes de rendimento e assim terem mais suporte financeiro para novos projectos e para a sua promoção. Opção esta que ainda está em fase de crescimento.
Em qualquer destas situações, as empresas de management e agenciamento (e neste caso falo por mim, que trabalho numa área de música discograficamente pouco comercial) acabaram por se deparar com um grave problema: deixaram de ter os parceiros necessários para uma boa promoção e comunicação dos seus artistas, pelo que foram obrigadas a criar um processo de promoção e comunicação para cada artista dentro das próprias empresas.
Porém, sem um disco ou material discográfico é sempre mais difícil trabalhar neste processo.
Por isso, em 2006 a HM MÚSICA passou a ter mais uma actividade: a Edição e Distribuição Discográfica.
Para além das várias razões expostas em tudo o que atrás escrevi, incluindo o processo de desenvolvimento e de aprendizagem do nosso trabalho, continuo a pensar que existem outras razões importantes para a estratégia adoptada pela HM Música: Investir mais no artista, criando um processo de comunicação mais adequado aos nossos objectivos; criar mais uma fonte de rendimento que nos permita reaver os investimentos na produção de um disco e de todos os conteúdos com ele relacionados – que por fim servirá para promover o artista em todas as áreas: Management, Agenciamento, Booking e Edição/Distribuição.
A área musical em que trabalhamos tem um público-alvo não muito vasto mas, de certa forma, fiel ao nosso trabalho e ao trabalho que os compositores, músicos e intérpretes deste género desenvolvem; que respeita o que fazemos e por isso menos dado às já tradicionais piratarias praticadas por um público menos fiel.
Mesmo assim, é importante continuar a estimular a fidelidade desse público e é por isso que devemos continuar a manter a qualidade, quer na música que fazemos e promovemos, quer em todos os conteúdos que utilizamos para a sua comercialização. O disco ou o DVD dever ser um objecto de interesse para o consumidor: para além do objecto físico da bolacha de CD onde se pode ouvir a música, há que investir na sua apresentação. Quero dizer com isto que o fotógrafo e o designer continuam a ter um papel importante na finalização de um disco.
Este processo faz-me lembrar os discos e os vídeos infantis. Vão lá oferecer uma cópia pirata a uma criança! E afinal nós também já não fomos todos crianças?
Hélder Moutinho

EDITORIAL
Founded in 1997, HM Música began as a Booking Agency, betting on the divulgation and promotion of the Portuguese music of popular root, namely Fado, and finally of all other music that represents a series of regions, languages and cultures, such as the so called World Music.
With the development of the company, we started extending our activities into other areas: shows production and, in this case, the creation and organization of events and festivals. In 1998 we collaborated in the first Music Festival of Lisbon’s ports, an initiative promoted by INATEL in the extent of EXPO98, with some shows: Tango a Preto e Branco (Tango in Black and White), Noves Vozes de um Fado Antigo (New Voices of An Old Fate [Fado]) and De San Telmo à Mouraria – Fado e Tango (From San Telmo to Mouraria – Fado and Tango); we set in the first Festival of Fado in 2001, Um Porto de Fado (A Port of Fado), in the extent of the event "Porto 2001, Capital da Cultura” (Oporto 2001, Capital of the Culture), at the convent of São Bento da Vitória, in August of that same year; later, in a co-production with the City Hall of Vila Real de Santo António, we set in Além-Mar, Além-Fado (Beyond Sea Beyond Fate [Fado]); we co-produced the first two cycles of Fados in Oeiras; we also started the "Cycle of Fados of Zamora" in Spain; and finally the Festa do Fado (Party of Fado) in Lisbon, in the extent of Festas da Cidade (the City festivities), from 2004 up to nowadays.
However, the management, developed since the beginning, was one of our main goals and, in a certain way, it was our intention to create a project a little bolder than the traditional management, obviously administrating the artist's career subjects, but, above all, focusing on the promotion and communication of each project. In a certain way, we tried to do a kind of "label management", denomination used by the multinational editors to the function of “product administration”. To us, the importance of promoting our artists results in selling more shows, the main source of income and of stability of the company and of the artists.
Complementary, and putting myself in the place of a show room programmer in any part of the world, I think my function should be to educate musically and culturally the surrounding community, but it is also important to assure the community’s presence in the shows that I program. Therefore, it is our obligation (managers and artistic agents) to collaborate, promoting and divulgating the artists we propose.
Keeping our course, so much at national as international level, and marking our presence in the main fairs and conferences related with this music genre, such as Womex, Stricly Mundial, APAP, Folk Aliance, Mercat de Musica de Vic, etc, we gained some experience and know-how to do a good work with the careers we manage, creating, as much as possible, an international path for each of them.
Meanwhile, along with the management, we also began taking care of all of the executive production of our artists' albums. From the recruiting of the musicians, directors and musical producers, sound engineers, studios, to the final master and, finally, the whole work of layer production: biographies, artistic and technical files, the line up, lyrics of the themes, authors' rights, licensing, graphic design, videos, in sum, all the necessary contents for a good promotion of the album and of the artist's show. It was our intention to create a partnership with the editors, which also helped us in the development and the evolution process of the careers that we managed.
From the last years to this part, the phonographic industry began to decline, so much in the national as in the international market. The illegal downloads and the phonographic piracy, worsened by the price of the records and the inflation, caused the editors to be unable to properly promote their artists and their careers.
I remember hearing some editors saying that it wasn’t very important if, in a first edition, an album would sell only two thousand units, because the company’s idea for each of their projects was to create a career step by step and not to work the artist as a project of "disposable music." I believe that some of those editors maintain the same sensibility and aim, but for us to survive at this time of transaction, they must choose one out of three possibilities:
1. To bet in artists who really sell many records and hope the artist soon duplicates the brake even point with the first record; otherwise cancel the contract with the artist – in this case, we are surely speaking of "disposable music" projects, where there is established a value and a time for promotion that doesn't get to be profitable for the booking promotion’s procedure.
2. To bet in a lower number of artists, keeping only the ones that are selling well and while they are selling well. In this case, the editors have no capacity to create new projects, mainly for financial reasons, which is fatal for the artists, for we all know how important a record is for the artist to carry, communicate and promote his creations.
3. To take care of management and booking as well, so that they can create more sources of income and financial support for new projects and promotion. This last option is still in a growing phase.
In any of these options, the management and booking companies (I speak for myself, since I work in an area of music phonographically less commercial) ended up running across with a serious problem: the loss of the necessary partners for a good promotion and communication of their artists, obliging them to create a promotion and communication process inside the company, to sell our own production shows, but also to turn out marketable each project or artist inside the companies themselves.
However, without phonographic material or anything that involves a record it is always harder to work in this process and, if the editors don't have the capacity to do it, we come across a serious problem. Therefore, in 2006 HM MÚSICA entered in a new area of activity: the Phonographic Edition and Distribution.
Besides the several reasons already exposed, including the process of learning and developing our work, I continue to think that other important reasons exist for this strategy adopted by HM Música: to invest more in the artist, creating a more appropriate communication process to reach our goals; to have one more source of income that allows us to recover the investments made in the production and all contents of a record – which ultimately will serve the promotion of the artist in all areas: Management, Booking and Edition/Distribution.
The musical area in which we work has a target public not very extended but, in a certain way, faithful to our work and to the work developed by the composers, musicians and interpreters of this musical genre. A public that respects what we do, therefore less attracted to the already established piracy practiced by a less faithful public.
Even so, it is important to stimulate that public fidelity and that is why we should maintain the quality, not only in the music that we do and promote, but also in all of the contents that we use for its commercialization. The record or DVD must be an object of interest for the consumer: not only the physical CD itself, but to invest in its presentation. With this I mean that the photographer and the designer continue to have an important role in the finalization of a record.
All these issues remind me of children records and videos. Try to offer a pirate copy to a child! And after all, weren’t we all children once?


Helder Moutinho

MUSICA PT NA WOMEX | MUSICA PT AT WOMEX


A exemplo de anos anteriores, a MUSICA PT estará mais uma vez representada na próxima edição da Feira de Música WOMEX (World Music Exhibition) que
decorrerá na cidade espanhola de Sevilha, entre 24 e 28 de Outubro próximo.
Este é o primeiro ano em que a MUSICA PT se apresentará como marca associada ao projecto “Associação de Promotores da Música de Portugal” (APMP) uma associação sem fins lucrativos, que congrega empresas, indivíduos e instituições, com actividade na área da música portuguesa. São objectivos centrais da APMP a divulgação e a promoção da Música Portuguesa no estrangeiro, funcionando a MUSICA PT como “chapéu de chuva” das diversas organizações associadas que desejem estar representadas em eventos internacionais, como é o caso da WOMEX.
Em Sevilha, a MUSICA PT reservou quatro stands, localizados no Pavilhão 1 da Feira, respectivamente F26 e F27 e G26 e G27. Nele estarão representadas, para além da MUSICA PT, as seguintes organizações: ALGARPALCOS, ESPANTA ESPÍRITOS, HM MÚSICA, MAGIC MUSIC, OCARINA, VACHIER & ASSICIADOS e o Festival ATLANTIC WAVES (sediado em Londres).
Paralelamente à representação física no “stand”, foram editados materiais de promoção da MUSICA PT, dos quais destacamos o cartaz central, um desdobrável bilingue e diversos formatos impressos. Foi, igualmente, inserido um anúncio na revista inglesa “SongLines”, que será distribuída gratuitamente a todos os delegados na Feira.
Com esta representação, a mais importante de sempre, a MUSICA PT dá mais um passo na solidificação de um organismo que tardava em constituir-se e que, nos últimos dois anos, soube conquistar a confiança de um número crescente de aderentes a uma causa comum: a divulgação e projecção de música portuguesa de qualidade no estrangeiro.

JÚRI PORTUGUÊS NA WOMEX

Rui Mota, actual presidente da APMP, foi o representante português escolhido para integrar o júri WOMEX deste ano, responsável pela selecção de artistas que actuarão nos “showcases” da feira.
Entre os 40 grupos e artistas individuais seleccionados, haverá um grupo português, os “Gaiteiros de Lisboa” (nova música tradicional) cuja actuação está prevista para a noite de sábado, 27 de Outubro, pelas 22h30, no Pavilhão 2 da Plaza de España (junto ao Teatro Lope de Vega).

MUSICA PT AT WOMEX

Once again MUSICA PT will be represented at the next edition of WOMEX (World Music Exhibition) that will occur in the Spanish city of Seville, between the 24th and 28th October.
This is the first year MUSICA PT will present itself as a BRAND associated to the project APMP (Association of the Portuguese Music Promoters), a non-profit association that congregates enterprises, individuals and institutions, with activity in the area of the Portuguese Music. These are central aims of the APMP, the divulgation and promotion of Portuguese Music abroad, with MUSICA PT as an “umbrella” of the various associated organizations that wish to be represented in international events, such as WOMEX.
In Seville, MUSICA PT has reserved four stands, located at the Pavilion 1 of the Exhibition, respectively F26 and F27, G26 and G27. There will be represented, besides MUSICA PT, the following organizations: ALGARPALCOS, ESPANTA ESPÍRITOS, HM MÚSICA, MAGIC MUSIC, OCARINA, VACHIER & ASSOCIADOS and the Festival ATLANTIC WAVES (based in London).
Together with this physical representation at the stand, was edited promotional stuff of MUSICA PT, of which we point out the central poster, a bilingual folder and several printed formats. There was also posted an advertisement at the English magazine SongLines, which will be freely distributed to all delegates at the Exhibition.
With this delegation, the most important up to now, MUSICA PT walks one more step towards the solidification of an organism that took long to establish itself, still conquering the trust of an increasing number of partners in a common cause: the divulgation and projection of quality Portuguese Music abroad.


PORTUGUESE JURY AT WOMEX

Rui Mota, the actual chairman of APMP, was the Portuguese representative chosen to join this year’s WOMEX Jury, responsible for the selection of the artists that will perform at the “showcases” of the Tradefair.
Between the 40 selected groups and individual artists, there will be a Portuguese group, “Gaiteiros de Lisboa” (new traditional music), whose performance is foreseen to the night of Saturday, 27th October, by 10.30 p.m.
Venue: Pavilion 2, Plaza de España (next to Theatre Lope De Vega).

FESTIVAL DE FADO DE ZAMORA

A HM Música tem vindo, desde 2001, a programar e co-produzir com a Fundação Afonso Henriques e a agência El Cohete Internacional, um Festival de Fado na cidade de Zamora. Por lá já passaram nomes como Ana Sofia Varela, Camané, Joana Amendoeira, Helder Moutinho, Pedro Moutinho, Mafalda Arnauth e Raquel Tavares. Este ano foi a vez de Gonçalo Salgueiro, António Chaínho e o projecto “Novas Vozes de Um Fado Antigo”, o qual volta a estar em cena, protagonizado, desta feita, pelos novíssimos talentos da “Canção de Lisboa” Mafalda Taborda, Tânia Oleiro e Marco André.

“FESTA DO FADO” LISBOA

A HM Música tem vindo a co-produzir com a EGEAC, desde 2004, a “Festa do Fado”, no Castelo de São Jorge, evento que integra as Festas da Cidade de Lisboa. O conceito da Festa consiste em dois tipos de programação. Um, juntar projectos de Fado tradicional a projectos de outros géneros musicais, como foram exemplo nos anos anteriores, Helder Moutinho & Maria Alice, Argentina Santos & Rão Kyao, Ana Moura & Sara Tavares, Ana Sofia Varela & La Macanita, entre outros. Outro, trazer alguns projectos que, embora tenham sofrido influências, surgiram no panorama musical português como alternativos ao Fado tradicional, como é o caso de A Naifa. Em alguns casos de encerramento destes programas, já no Auditório Keill do Amaral, foram ainda convidados alguns dos mais emblemáticos intérpretes da Canção de Lisboa, como Carlos do Carmo, Marisa e Camané.

Outros artistas na Festa do Fado em todas as edições desde 2004:

Cristina Branco & Brigada Victor Jara
Mafalda Arnauth & Corvos
Joana Amendoeira & Mafalda Veiga
Ana Moura & Amélia Muge
António Zambujo & Luis Represas
Teresa Salgueiro & Pedro Moutinho
Misia
Dulce Pontes
Ana Maria e Maria Alice
Maria Ana Bobonne & Tetvocal
Rodrigo Leão e Cristina Branco
Raquel Tavares & Tito Paris
Paulo Parreira, Ramon Maschio & Beatriz da Conceição
Jorge Fernando
Ricardo Ribeiro & Sal
Katia Guerreiro
Aldina Duarte
entre outros.

CICLO “CANÇÕES URBANAS, NOVOS TALENTOS”

O Ciclo “Canções Urbanas, Novos Talentos” foi um projecto desenvolvido pelo São Luiz Teatro Municipal, Lisboa, e a HM Música, no âmbito da programação do Jardim de Inverno. O evento pretendeu divulgar os novos projectos emergentes das canções urbanas do panorama musical português. Com o apoio da EGEAC e da revista Sexta do Diário de Notícias, a nível da divulgação, a programação esteve a cargo Helder Moutinho e Nuno Galopim. Na sua primeira edição, realizada em Maio de 2006, o ciclo contou com os espectáculos de U-Clic (Electro-Rock), OVO (Pop), Raquel Tavares (Fado) e Nancy Vieira (Cabo Verde). Na segunda edição, em Outubro deste mesmo ano, contou-se com a presença de Spartack!, Mariana Abrunheiro, Diogo, e a banda 2008.

“CABELO BRANCO É SAUDADE”

Com estreia em Junho de 2005, no Teatro Nacional de São João (Porto), este espectáculo de Ricardo Pais, que retrata uma das mais importantes gerações do Fado da actualidade, e que contou com a presença de grandes testemunhas da “Canção de Lisboa”, como Argentina Santos, Celeste Rodrigues e Alcindo de Carvalho, trouxe também algumas revelações importantes para o futuro desta género musical. Foi o caso do jovem fadista Ricardo Ribeiro e dos músicos Fernando Araújo (Baixo), Bernardo Couto (Guitarra Portuguesa) e Diogo Clemente (Viola de Fado/Direcção Musical). “Cabelo Branco é Saudade” resultou de uma co-produção entre o Teatro Nacional de São João e a produtora Lado B, e contou com a colaboração da HM Música no agenciamento dos músicos e fadistas participantes. Posteriormente, o espectáculo esteve em cena no Cine-Teatro de Alcobaça, no Teatro Viriato (Viseu), no Teatro Aveirense (Aveiro), no Teatro Virgínia (Torres Novas), no São Luiz Teatro Municipal (Lisboa), e, fora de Portugal, em Nápoles, Bordéus, Madrid e Frankfurt. Está ainda prevista uma apresentação na Cité de la Musique (Paris). “Cabelo Branco é Saudade” foi editado em DVD em Novembro de 2005.

I GALA DOS PRÉMIOS AMÁLIA RODRIGUES

Teve lugar no São Luiz Teatro Municipal, em Lisboa, a I Gala dos Prémios Amália Rodrigues, onde foram anunciados os prémios atribuídos pela Fundação homónima. Nesta gala, estiveram presentes alguns dos artistas premiados, bem como alguns convidados reunidos num espectáculo onde o Fado foi protagonista. Os artistas representados pela HM Música que receberam prémios foram Helder Moutinho (Melhor Disco 2004) e Argentina Santos (Prémio de Carreira). Toda a produção do evento foi da responsabilidade da HM Música.

CICLO “UM PORTO DE FADO”, NA CASA DA MÚSICA

Com início em Agosto de 2005, a HM Música desenvolveu, a segunda edição do ciclo “Um Porto de Fado”, na Casa da Música (Porto).

Ricardo Parreira
O concerto de abertura do ciclo teve lugar no Grande Auditório da Casa da Música com um espectáculo do jovem instrumentista de guitarra portuguesa, Ricardo Parreira, na primeira parte, e com o fadista Camané, na segunda.

Joana Amendoeira
Joana Amendoeira apresentou a 16 de Setembro 2005, no âmbito do mesmo ciclo, o espectáculo estreado no São Luiz Teatro Municipal, Lisboa, espectáculo esse que veio a originar o disco “Ao Vivo em Lisboa”.

Pedro Moutinho & Danças Ocultas
O Pequeno Auditório da Casa da Música acolheu a 17 de Março de 2006, este projecto, estreado na “Festa do Fado” (Lisboa), em que Pedro Moutinho convidou o fantástico grupo Danças Ocultas para uma nova experiência, onde o tradicional trio de fado se juntou às não menos portuguesas concertinas. Mais tarde, no Festival “Sons em Transito” (Aveiro) foi a vez de o Danças Ocultas convidar o fadista.

António Chaínho
Manuel de Oliveira, Fernando Alvim, Beatriz da Conceição, Isabel Noronha e Celina Piedade, juntaram-se em 31 Outubro de 2005 para, num só espectáculo, homenagear António Chaínho, um dos mais emblemáticos instrumentistas da Guitarra Portuguesa.

Carlos do Carmo & Orquestra Sinfonietta de LisboaO ciclo fechou, em Janeiro de 2006, com o concerto de Carlos do Carmo e a Orquestra Sinfonietta de Lisboa, concerto esse que já tinha encerrado a “Festa do Fado 2005” no Anfiteatro Keill do Amaral, no Parque do Monsanto, em Lisboa.